terça-feira, 25 de março de 2014

XXIV_ A disciplina do pensamento e a reforma do caráter

(…)
"Concentremos, pois, muitas vezes nossos pensamentos, para dirigi-los, pela vontade, em direção ao ideal sonhado. Meditemos nele todos os dias, à hora certa, de preferência pela manhã, quando tudo está sossegado e repousa ainda em roda de nós. Nesse momento a que o poeta chama de "a hora divina", quando a Natureza, fresca e descansada, acorda para as claridades do dia.

Nas horas matinais, a alma, pela oração e meditação, eleva-se com mais fácil impulso até as alturas donde se vê e compreende que tudo, a vida, os atos, os pensamentos, está ligado a alguma coisa grande e eterna e que habitamos um mundo em que potências invisíveis vivem e trabalham conosco. Na vida mais simples, na tarefa mais modesta, na existência mais apagada mostram-se, então faces profundas, uma reserva de ideal, fontes possíveis de beleza. Cada alma pode criar com seus pensamentos uma atmosfera espiritual tão bela, tão resplandecente como paisagens mais encantadoras; e, na morada mais mesquinha, no mais miserável tugúrio, há frestas para Deus e para o Infinito!" (…)

Léon Denis, O problema do ser, do destino e da dor.

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